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Silvio Santos aposta todas as fichas na estreia da novela A História de Ana Raio e Zé Trovão
nesta segunda, às 22h no SBT. Tanto que mudou a grade inteira do
horário nobre de sua emissora para encaixar o folhetim.
Como a novela Uma Rosa com Amor,
de Tiago Santiago, não deu o ibope que ele esperava, Silvio
sonha agora repetir na audiência a façanha feita pela
reprise de Pantanal, em 2008, que teve média de 15 pontos, a maior do SBT durante sua exibição.
Para Claudino Mayer, pesquisador em
telenovelas da USP (Universidade de São Paulo), por conta da
edição, uma nova novela irá ao ar. Silvio Santos
já mandou cortar praticamente cem dos 251 capítulos da
novela – muitos estão velhos e sem condições
de irem ao ar.
- Creio que a novela vai ganhar mais agilidade, o que dará a ela uma linguagem atual. Não acredito que Ana Raio dará tanto ibope quanto Pantanal,
mas acho que vai incomodar. Afinal, a novela traz gente bonita, lindas
paisagens e música boa, além de fazer parte da
memória afetiva de boa parte dos telespectadores. Muitos que
viram a trama vão querer mostrá-la a seus filhos.
É o que pretende fazer a protagonista, Ingra Liberato, atriz baiana radicada no Rio Grande do Sul.
- Essa novela foi muito especial, era
diferente e ousada. Tinha uma linguagem próxima à das
histórias em quadrinhos, com mocinhos e bandidos. É uma
espécie de faroeste brasileiro. Fico feliz que agora, 20 anos
depois, meu filho poderá assistir à novela.
Ingra é Ana Raio, menina
estuprada aos 13 anos, que ficou grávida e teve seu filho tirado
de seus braços ao nascer. Ela vira uma famosa peoa, que percorre
os rodeios do interior do Brasil com a ideia fixa de reencontrar seu
filho. Seu par na trama é Zé Trovão (Almir Sater),
peão de outra caravana que desconhece completamente o seu
passado.
Ana Raio mostra Brasil desconhecido
Escrita por Marcos Caruso e Rita Buzzar, que venderam ao SBT os direitos da trama no ano passado, A História de Ana Raio e Zé Trovão
foi exibida originalmente na Manchete, às 21h30, entre 12 de
dezembro de 1990 e 13 de outubro de 1991, com direção
geral de Jayme Monjardim – também responsável pela
ideia original da novela –, cujo trabalho mais recente é Viver a Vida (Globo). Na direção ainda estava Marcos Schechtmann, que dirigiu Caminho das Índias (Globo), no ano passado.
A novela foi gravada de forma
itinerante, com locações no Mato Grosso, Santa Catarina e
Rio Grande do Sul. O lema da Manchete era mostrar “o Brasil que o
Brasil não conhece”. A trama teve
participações especiais de astros sertanejos como
Chitãozinho e Xororó, Milionário & Zé
Rico, Roberta Miranda e até a então dupla infantil Sandy
& Junior.
A trilha da novela, que teve abertura
composta por Marcus Vianna & Sagrado Coração da
Terra, foi lançada em dois discos, com nomes como Maria
Bethânia, Chico Buarque e Sá & Guarabira. Claudino
Mayer recorda que a trama representou uma das melhores fases da
Manchete.
- Essa novela vem de uma época em que a Manchete incomodava a Globo. Antes, vieram Dona Beija, Corpo Santo, Helena e Pantanal.
Ela representa uma Manchete em ascendência. Seu grande
mérito foi fazer teledramaturgia como se fosse um teatro
mambembe, com locações espalhadas pelo Brasil e um texto
que trazia elementos da cultura desses locais. A novela inovou ao
mostrar o mundo dos rodeios e repetiu os belos cenários que
já haviam feito o sucesso de Pantanal.
Por: Miguel Arcanjo Prado
Colunista do Portal R7
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